O que seria dos jogos sem Mario? A gente pode descrever ele como o maior herói da história dos videogames. Isso não é exagero. Ele foi um dos responsáveis por revitalizar a indústria depois da temida grande crise de 1983.
Mario é um personagem que transcende todo o mercado de jogos eletrônicos. Você pode perguntar para qualquer um que não conheça nada sobre games e a chance dela saber quem é o bigodudo é altíssima.

Eu convido a cada um de vocês a viajarem no tempo comigo e revisitar esse clássico atemporal que ajudou a moldar tudo que vemos hoje sobre jogos.
Começamos nossa história em 1981. Nesse ano foi lançado Donkey Kong para arcades, criação de um tal Shigeru Miyamoto. Embora o gorilão desse nome a produção, a grande estrela era o, até então carpinteiro, trajado de um respeitoso bigodão chamado Jumpman, que tempos depois foi rebatizado de Mario em homenagem ao empresário americano do mercado imobiliário, Mario Segale. Ele era o dono do armazém onde ficou encalhado os arcades com o jogo Radar Scope que foram convertidos para Donkey Kong.

Em 1983, Mario ganhou um jogo com seu próprio nome. Mario Bros foi criado por Miyamoto e o lendário Gunpei Yokoi. Para quem não conhece esse cara, ele foi um foi um grande idealizador de brinquedos da Nintendo, e nos jogos, além de ter trabalhado como supervisor em Donkey Kong, o cara criou o Game & Watch e o Game Boy. Foi de Yokoi que saiu a ideia de Mario Bros. ter multiplayer e do bigodudo ter um irmão.
Eu poderia gastar várias horas falando de Donkey Kong e Mario Bros mas eles não são a estrela dessa review.
Super Mario Bros. foi lançado em 1985 para o NES, fruto de uma colaboração de Miyamoto e Takashi Tezuka, que só escreveu o roteiro de um tal Legend of Zelda.

Na história, Mario tem a missão de salvar a princesa das mãos de Bowser, ou Rei Koopa para os puritanos, para reverter o feitiço que transformou os cidadãos do Reino dos Cogumelos em objetos. E sim, cada tijolo que nós quebramos é um pobre cidadão morto. E ainda dizem que videogame é coisa de criança.
Ele é um jogo de plataforma dividido em oito mundos, cada um com quatro fases. O último estágio dos sete primeiros mundos enfrentamos Bowsers falsos, só no oitavo e último que enfrentamos o verdadeiro, e é claro, encontramos a princesa.

Tudo é bem simples. Correr, pular, pegar power e up e ir para o próximo nível. Essa simplicidade faz com que a progressão seja bem leve e divertida.
A dificuldade é moderada. Não é como em muitos jogos de NES que pareciam que querian te torturar com desafios insanos, e que sinceramente eu questiono o como eu consegui zerar quando era criança (Contra é um grande exemplo). Aqui as coisas são mais amigáveis.

Ele não te dá um fuzil e te joga na linha de frente de uma guerra sangrenta e espera que você aprenda a atirar no meio da carnificina. Pelo contrário. A primeira fase é feita inteiramente para que você entenda como o jogo funciona. Não existem caixas de diálogo falando o que deve ser feito, mas tudo é montado para te induzir a fazer e descobrir. É uma grande aula de level designer.
Um recurso que deixa a gameplay fluir é você ter uma segunda chance. Quando Mario está grande, se você receber um dano, ele diminui. É possível pegar mais um cogumelo a frente e garantir novamente essa segurança. Isso deixa as coisas mais tranquilas, porém não dá pra fugir da tensão que é sair correndo pela fase com o mini Mario.

Existe um bom número de tipos de inimigos, e o melhor é como eles são apresentados. Geralmente você irá se deparar com apenas um. Isso é para que a gente possa entender como eles funcionam para depois, quando eles aparecerem em maior número, estarmos preparados para acabar com eles, ou simplesmente passar reto.
São vários os tipos de fases. Existem as da superfície; que é o nível padrão com alguns buracos, seções de salto em plataformas; subterrâneas; aquáticas; e é claro, as fases no castelo. Além de dar aquele frescor visual, cada uma delas proporciona o seus próprios desafios.

Mesmo sendo simples, Super Mario é um jogo que incentiva e premia muito bem a curiosidade. Você pode encontrar cogumelos de vida, áreas bônus secretas e até atalhos.
Depois de vários desafios e descobertas, o ritmo das fases dá uma bela acelerada e te coloca em situações complicadas e perigosas, mas o jogo te prepara tão bem que você consegue desfrutar muito bem dessas provações.

É simplesmente incrível o que a Nintendo fez lá em 1985. Até hoje vemos reflexos de suas inovações. Porém não posso deixar de falar da cereja do bolo, a sua trilha sonora. O responsável por elas foi mestre Koji Kondo, que tem em seu currículo Legend of Zelda, Star Fox e mais um monte de jogos com trilhas sonoras memoráveis. Vou só acrescentar Ocarina of Time para vocês terem noção da importância que esse cara tem.
São apenas quatro músicas, mas que são inconfundíveis. O tema da primeira fase é então icônico que ele é praticamente o hino dos jogos.
Veredito
Super Mario Bros. é uma obra incrível. Ele representou um grande ponto de evolução para os jogos, junto de seu jogo irmão Legend of Zelda, que foram desenvolvidos juntos. Espero que pessoas mais novas estejam lendo essa review e tenham a devida noção da genialidade de Shigeru Miyamoto e das várias figuras importantes da Nintendo, como Koji Kondo e Gunpei Yokoi.