Review: JoJo’s Bizarre Adventure All Star Battler R tem muitas falhas, mas ainda diverte
Uma obra indispensável para os fãs de JoJo
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Uma obra indispensável para os fãs de JoJo
Jojo’s Bizarre Adventure é uma série de mangá lendária, porém a obra do mestre Araki demorou a se estabelecer no mundo dos animes. Mas tudo isso mudou em 2012 quando Phantom Blood e Battle Tendency ganharam uma adaptação para as telinhas.
Depois disso, esse universo cheio de referências à moda e ao cenário musical ocidenta, conquistou o coração de ainda mais pessoas pelo mundo.
O All Star Battle original foi lançado em 2013, bem no início da febre de JoJo. Conforme o tempo foi passando, a trama de Jhonatan e seus descendentes foi ganhando ainda mais fama e a Bandai Nanco queria capitalizar com esse momento de grandeza da série. A solução foi remasterizar o jogo de duas gerações atrás e adicionar novos personagens.
Na época em que a versão original foi lançada, eu não tinha um PS3 e acabei ficando só na vontade. Graças ao Game Pass, finalmente pude matar esse desejo de anos e dar a minha humilde opinião.
JoJo’s Bizarre Adventure All Star Battle R é um jogo de luta 3D. Diferente do que nós comumente vemos em jogos de anime, aqui temos três botões de ataque, que são golpes fracos, médios e fortes. Os especiais são executados no maior estilo Street Fighter, com uma ação no direcional + botão de ataque.
Para quem não é acostumado com o gênero pode até achar um pouco complexo no início, mas tudo é bem simples e acessível. Se você aprender a jogar com um lutador já terá percorrido 70% do caminho necessário para dominar os outros.
Falando de personagens, a lista é imensa. São várias figuras icónicas que já deram as caras no anime e outras que ainda estão só nos paginas do mangá. Com o baixo nível de complexidade, todos podem ser utilizados sem nenhum problema.
Se tem uma coisa que a CyberConnect2 sabe fazer é respeitar o material de origem. No decorrer da história de JoJo tivemos guerreiros que utilizavam a energia Hamon, vampiros, usuários de stand e até mesmo figuras que misturavam essas características, como Dio que é um usuário de stand e vampiro. Nas batalhas, isso foi traduzido como mecânicas únicas.
Os usuários de hamom são os que têm o uso mais flexível da barra de super . Eles podem simplesmente recarregar a energia no maior estilo modo Extra de The King of Fighter e tem acesso a versões aprimoradas de especiais, semelhante ao golpes EX de Street Fighter. Como já deu para entender, esse estilo se assemelha muito aos dos jogos de luta tradicionais.
Os vampiros tem como característica principal sugar a vida do adversário para regenerar a sua. Além disso, todo o dano que eles levam deixa uma porcentagem que pode ser regenerada.
Já os usuários de stands são os mais variáveis. Como no próprio anime, cada um tem suas características próprias. A maioria pode ativar seu stand no meio de combos e até mesmo se desvincular deles durante a animação de certos ataques especiais.
Alguns dos portadores dessa manifestação espiritual possuem mecânicas exclusivas, como Mariah e sua barra de magnetismo e Pucci que pode desabilitar certas ações do oponente.
Existem outros estilos, como o Mode dos homens do pilar e as montarias de Johnny, Gyro e Diego, porém todos eles também têm uma dessas três características descritas acima.
Podemos escolher também um personagem de assist. Aqui eles têm duas funções: ofensiva e defensiva. cada uma delas tem um quantidade limite de uso que é determinada por personagem. Eles podem ser usados para estender combos ou te protegerem durante momentos de vulnerabilidade.
O ponto chave desse recurso é que além do uso limitado, seu tempo de carregamento é longo. Isso faz com que você pense antes de pedir por ajuda, e até mesmo o seu adversário pode influenciar na escolha de seu assistente.
Eu sou apaixonado por jogos de luta com elementos de gerenciamento. Isso torna os confrontos mais inteligentes. Em All Star Battle R, essa regrinha também tem a função de ajudar os assists a não gerar combos absurdos a todo momento e não permitir que aconteça quebra de ofensiva constante, que acaba o ritmo das lutas.
De todas as mecânicas, a minha favorita é a de cancelar a animação de ataque no maior estilo Roman Cancel de Guilty Gear. Com ela você pode criar várias combinações devastadoras em troca de uma barra. Esse recurso também é muito útil para consertar decisões erradas e não se expor de bobeira.
Um aspecto que achei divertido é o fato do cenário ser peça viva nas lutas. Cada local faz referência a algum acontecimento da história, como o duelo com cavalos vampiros de Battle Tendency.
Embora ele seja recheado de recursos, no fundo ele é um jogo padrão de anime. Cheio de personagens, mas sem muita profundidade. All Star Battle R está longe de ser competitivo, e sinceramente, isso não é um problema. Ele é nitidamente voltado para o público casual que ver um bom e velho Muda, Muda vs Ora, Ora.
O modo online é uma vergonha. Depois de várias tentativas só consegui encontrar um adversário, e ainda sim estava com um lag absurdo – e sim, ele sucumbiu ao poder do meu Kira Yoshikage.
É uma regra em um bom jogo de anime ter um modo história para relembrar o legado da série e algumas vezes até brincar com possibilidades, mas All Star Battle R faz isso de maneira porca. O seu modo principal é bagunçado e desmotivador.
Nele, cada página faz referência a uma das 8 partes da história. Lá podemos reviver algumas grandes lutas, como o triste embate entre Caesar e Wamuu, e participar de outras fantasiosas, mas nenhuma delas tem aqueles diálogos prévios elaborados para dar um ar de grandiosidade aos confrontos. É tudo morno e sem vida.
Podemos usar o argumento de que o estúdio não recebeu dinheiro para poder fazer um modo história mais requintado, porém ele poderiam ter feito como a Arc System Works fez com Dragon Ball Supersonic Warriors de Gameboy Advanced. Além de recontar a trama da obra de Akira Toriyama, eles criaram vários desfechos alternativos, incluindo um em que Kuririn salva o mundo. Tudo isso usando as lutas do jogo, imagens estáticas e diálogos em texto.
E para piorar mais a experiência solo, o senso de recompensa é baixíssimo. Se existe uma coisa que aprendi com jogos de animes antigos é que é muito recompensador desbloquear um personagem novo.
Ter todo mundo de mão beijada deixa o modo história, que já é ruim, ainda mais sem propósito. Imagina só pegar a metade dessa lista gigantesca de lutadores e deixar o jogador ir conquistando cada um deles na campanha? Isso dá peso até ao personagem mais insignificante.
Para terminar essa rodada de críticas tenho que citar o que fizeram com Pucci. Existem duas versões dele, mas com uma diferença cômica. Parece piada o que fizeram só para inflar a lista de personagens.
Se tem um ponto que merece elogio são as homenagens feitas principalmente ao mangá, com skins e cores que fazem referências a capas icônicas. Isso sem contar as poses que são a principal marca de JoJo.
Cada mínimo detalhe foi para fazer os fãs lembrarem de algum momento marcante da história. Fiquei impressionado até mesmo com as animações de derrota. Caesar replica aquele triste momento em que produz uma bolha de sangue de hamom, Dio põe as mãos na cabeça fazendo referência a um soco que levou de Jotaro que o deixa sem o movimento das pernas e muito mais.
Como um jogo, eu amei All Star Battle R, porém como remaster… Devo ser sincero. Ele parece ter sido uma alternativa barata para conseguir surfar no hyper atual da série. A Bandai Nanco poderia ter encomendado um jogo condizente com a geração de consoles, mas optou por gastar menos. É bom lembrar que em 2019 eles lançaram um Battle Royale para arcades de JoJo no Japão.
JoJo’s Bizarre Adventure All Star Battle R é um jogo feito para fãs. Quem não for, provavelmente não vai gostar. Seu combate é bem divertido com diversas possibilidades de criar combos, mas acaba perdendo o brilho com um modo história pobre e um senso de recompensa nulo.
Como um produto para fãs se deleitarem com as referências, All Star Battle R é o melhor jogo de JoJo. Mas observando o produto completo ele fica atrás de Heritage of the Future – que inclusive na versão de PS1 tem um modo história incrível.
JoJo’s Bizarre Adventure All Star R está disponível para Xbox One, Series S/X, PS4, PS5, Switch e PC
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